A nossa Gabriela Mistral

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    Você sabe quem foi Lucila de Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga? Foi a educadora (pedagoga brilhante), diplomata, feminista, e, acima de tudo, poetisa, conhecida mundialmente pelo pseudônimo de Gabriela Mistral. Ela era chilena. Nasceu a 7 de abril de 1889, em Elquí, Vicuña, província de Coquinho, norte do pais, e morreu a a 10 de janeiro de 1957, em Hemstead, Now York, Estados Unidos da América, aos 68 anos de idade.

     Passou a infância nas regiões áridas do norte do seu país, nas pequenas lavouras com sua família, mas sempre sonhou em ser professora, assim como o pai, haja vista ser grande o interesse pela escrita e pela docência. Aos 15 anos, portanto, já trabalhava como professora primária na zona rural. 
     Em 1907, aos 18 anos, algo de muito grave marcava a sua vida e a sua obra para sempre: seu noivo, Romélio Ureta, suicidou-se. A ele, por exemplo, foi dedicado “Dolor”, poema inserido em Desolación (1922), sua primeira coletânea de poemas; ou ainda, Ternura (1924)e Tala (1938); Destruiçao. São livros que “evidenciam um interesse mais amplo por toda a humanidade, mas seu trabalho permanece como tema recorrente o amor pelos humildes, sobretudo as crianças, às quais dedicou contos e cantigas, como Rondas para niños (Cantigas para crianças) e Canciones de cuña (Cantigas de ninar” (3).
     Aos 34 anos, tornou-se catedrática da Universidade do Chile, e posteriormente, professora do Bernard College de New York. Trabalhou como diplomata em Madrid, Lisboa e Rio de Janeiro. Porém, a literatura falava mais alto em si. Em 1914, ganhou um concurso de poesia com “Sonetos de La Muerte”. “Nascia aí “Gabriela Mistral” , nome criado em homenagem aos poetas que admirava, o italiano Gabriele D’Annunzio e o francês Frédéric Mistral” (1).
     Em 1945 foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura, sendo o primeiro prêmio dessa natureza na América Latina. Também foi a vencedora do Prêmio Nacional de Literatura do Chile.  Essas  condecorações a tornaram em figura de destaque na literatura internacional,  fazendo com que viajasse porto o mundo, representando seu país em comissões culturais das Nações Unidas. 
     “Sua poesia, de linguagem simples e objetiva, pode ser tida como uma reação ao modernismo espanhol , marcada por um profundo espírito humanista e de caráter religiosos” (4), como mostram os poemas em prosa de Motivos de san Francisco (1965). A par de seu valor literário, Gabriela Mistral foi também um exemplo de honestidade moral e intelectual.
     No período que esteve no Brasil como consulesa, fez amizade com a também poetisa Cecília Meireles, por meio da qual conheceu Mário de Andrade, e juntas lançara um livro de poemas. Fez amizades literárias com Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Assis Chateaubriand e seu predileto Vinicius de Moraes.
     Gabriela, ou melhor, Lucila, proferia as palavras certas para confortar qualquer que fosse o coração magoado, desesperançado, com versos maravilhosos, como os abaixo aqui expostos:
                              Viva a alegria de ser bom e o prazer de ser justo.
                              Viva, sobretudo, a imensa alegria de servir!
                                                       (in O prazer de servir) (5).
     Assim como a poetisa brasileira Cor Coralina, Mistral escreveu poemas magistrais em prol das crianças, um dos temas centrais do conjunto de sua obra. A seguir, um de seus poemas inesquecíveis:
                              Somos culpados de muitos erros e falhas,
                              mas nosso pior crime é abandonar as crianças,
                              desprezando a fonte da VIDA.
     
                             Muitas das coisas que precisamos podem esperar.
                             A criança na pode.
                             É exatamente agora que seus ossos estão se formando, 
                             seu sangue é produzido, e seus sentidos estão se desenvolvendo.
                             Para ela não podemos responder “Amanhã”.
                             Seu nome é “Hoje”. 
     No  final dos anos 80, após a leitura desde poema, um jovem casal, aguardava ansioso o nascimento da primeira filha, á que seria atribuído o nome: “Gabriela Mistral“. Porém, naquela década, o mundo inteiro clamava pela liberdade de Nelson Mandela, preso há quase 30 anos na África do Sul, por defender os direitos dos negros. Aqueles pais não tiveram dúvida: “Nossa filha será registrada como Winnie”, pensaram eles, em homenagem a esposa do grande (e verdadeiro) líder, Winnie Mandela, que durante 27 anos de sua vida, visitou rigorosamente ao marido, nos porões do Apartheid. 
     Como a vida é deveras dinâmica, quem sabe: as futuras gerações dessa família, poderão ter a sua Gabriela Mistral. 
     Fontes
     1.www. pensador. com.
     2. www. ebiografia. com
     3. Barsa, volume 10, 1999, p. 84
     4. Dicionário Biográfico, vol. 8, 1984, p. 285.
     5. Cotrim, Gilberto. EMC, Saraiva, SP,  1989, p. 1000
                               

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