Cazuza tem uma música intitulada
“o tempo não pára”. É muito comum falarmos como o mês passou rápido, como o ano passou rápido, como fulano cresceu, e etc. Ah e ainda falamos que não temos tempo para fazer as coisas em 24h, porque as horas passam voando e o dia logo acaba. Enfim, estamos sempre comentando sobre o tempo e de sua velocidade, pois ele não para. Mas, será mesmo?
Bom, desde que me tornei mãe minha percepção sobre o tempo mudou. Para mim o tempo parou. Irei explicar melhor. Todo mundo sabe que cuidar de um bebê demanda muita dedicação e TEMPO. Os dias têm sido longos por aqui. Balanço o bebê, parece que foram 15 minutos, mas olho no relógio e o tempo passou apenas 5 minutos. Que distorção é essa?
Pois é, Cazuza, o tempo parou para mim. Mas não entendam como algo negativo, falo que o tempo parou para registrar cada segundo do dia que vivo a maternidade. Não é assim que fazemos com a fotografia? Tiramos fotos para eternizar um determinado momento, porque queremos parar aquele momento tão especial.
O tempo é essa percepção que se transforma dentro de nós; é algo que atravessa a nossa subjetividade. Para alguns que estão com familiares no hospital o tempo não passa; para outros que estão com seus amigos e familiares o tempo passa rápido; outros deixaram o trabalho da faculdade para entregar em cima da hora e o tempo voou; e continua.
Agora, nesse momento, alguns pedem para o tempo passar rapidinho, outros pedem para o tempo parar. Ah tempo… sim, ele para, e também não para.
Winnie Barros