O título acima fora emprestado pelo Facetas do interessante livro “MANAUS 20 autores”, cujo conteúdo foi organizado por Beto Vianna e Arthur Vianna, há 10 anos, os quais reuniram as ideias literárias de poetas, escritores, jornalistas, conhecidos no Amazonas, no Brasil e no estrangeiro, como: Aldísio Filgueiras, Astrid Cabral, Élson Farias, Márcio Souza, Priscila Lira, Tenório Telles, Thiago de Mello, Vera do Val, entre outros.

Dizem os organizadores: “Se “a palavra foi feita pra dizer”, ensina Graciliano Ramos, o conto é a arte de contar. Em terno do tema Manaus, este livro reúne o trabalho de 20 contistas, de autores consagrados a novos talentos, três deles selecionados em concurso nacional promovido pelo Livro de Graça na Praça, (cujo projeto nasceu na cidade de Belo Horizonte, em 2002).
O resultado desse trabalho de colaboração é, além do produto literário, uma oportunidade que se abre para a conversa e para o encontro. Afinal, este livro já nasce com uma finalidade: ser distribuído gratuitamente em praça pública com a presença dos autores e da população de Manaus.
Essa é a colaboração da literatura que interessa ao livro de Graça na Praça. “Escritores e leitores reunindo-se, em uma manhã de domingo, tendo a praça como cenário e o livro como presente” (1). Assim, como em outros lugares, por exemplo, nos terminais de integração de ônibus, no campus universitário, ou em qualquer outro cantinho onde há leitores.
Segundo o escritor Zemaria Pinto, um dos participantes dessa obra com “A raposa e as uvas” e membro da Academia Amazonense de Letras, a aparente e simples ideia individual surgida nas Gerais com o objetivo de fazer o “povo da praça” pensar, “se tornou delírio coletivo”, ou seja, “o sonho agora ganha o Brasil, e Manaus, tão fluvial quanto pluvial, é escolhida para ser a primeira sede dos além-gerais, alegria partilhada com as minerais Uberaba e Uberlândia”.
Os 20 autores representam diversas “tribos”, dentre eles, os que ainda usam a máquina de datilografia, velhos blogueiros viajantes do ciberespaço, etc. Porém, “a proposta de mostrar Manaus como personagem e/ou paisagem por vezes se oblitera: no fundo, esta cidade está dentro de cada um de nós, orgânica parte de nossa paisagem interior”.
E ao finalizar seu oportuno comentário, assegura: “notável é a diversificação etária desta antologia: do decano Thiago de Mello, que viu a luz nos anos 20 do século passado, aos autores em flor, semente lavradas nos recém-findos anos 90, sete décadas vos contemplam… Isto nos leva a uma multiplicidade de estilos e de visão que mais enriquece o conjunto, uma amostra poliédrica da produção literária do Amazonas, neste princípio do século XXI” (1), logo após a primeira década.
No prefácio, assinado por Arthur Vianna, o escritor revela que “tudo começou quando um grupo de escritores, convidados pelo professor de literatura José Mauro da Costa, decidiu produzir um livro e distribuí-lo de graça”. Fazendo surgir, a publicação da coletânea “Ouvindo Estrelas”, e logo depois o “Atrás da Porta”. A partir daí, nasceu a ideia de, anualmente, “publicar uma nova obra e promover sua distribuição gratuita em praça pública, com a presença dos autores”.
O projeto germinou na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. “Nos últimos 11 anos (até 2013), o Livro de Graça na Praça promoveu a distribuição de mais de 160 mil livros, inéditos e de qualidade. No período, a participação de mais de 150 autores, estreantes e consagrados, contos, poemas e cordéis. Para os novos escritores, o projeto instituiu um concurso literário, que inclui os contos vencedores na edição da obra”.
Com o apoio da Lei de Incentivo do Ministério do Cultura e Patrocinadores de peso, o projeto ganhou mais espaço e mais adeptos, é claro. “Em Manaus encontramos terra fértil e o apoio generoso da comunidade literária local, da Academia Amazonense de Letras e da Prefeitura Municipal de Manaus, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura e Arte – ManausCult”.
À época (2013), o local escolhido para tão significativa ação social (e cultural) foi o Largo de São Sebastião, bem no coração central de Manaus, ao lado do majestoso e imponente centenário Teatro Amazonas, que tinha “por finalidade democratizar e difundir o hábito da leitura e possibilitar (um dos mais belos verbos do vernáculo português) a interação entre autor e leitor” (1), e levando todos ao infinitivo, mágico e imaginário mundo da leitura.
Assim, a escritora Maria Elisa Souto Bessa (nascida em São Luís, Maranhão, mas vive em Manaus desde os 6 meses de idade; mestra em linguística pela Universidade de Toulousse (França) e doutora em Literatura pela Universidade de Grenoble (França); vencedora do I concurso Livro de Graça na Praça Manaus), inicia “Mana Manaus”: “Era uma vez uma linda cidade no meio da maior floresta do planeta, cortada por pontes e igarapés de águas cristalinas. Homens e mulheres elegantes desfilavam em suas ruas limpas e arborizadas. Crianças brincavam soltas, tranquilamente, com a vizinhança. (…) A vida era como um longo rio tranquilo (…)”. Show!
Aos nossos leitores, recomendamos a leitura dessa excelente obra, Manaus 20 autores. E que essa valiosa iniciativa continue grassando Brasil afora.
Por Angeline e Francisco Gomes e Winnie Barros.
Fonte: 1. Manaus 20 Autores. Organizadores: Beto Vianna e Arthur Vianna: ilustrado por Iuri Chacham. – Belo Horizonte: Quixote, 2013.
Só queria conhecer alguém pra escrever minha história
CurtirCurtir