37º Tour Cultural: Livrarias do Recife

Olá, leitores! Recentemente a equipe do Facetas, acompanhada pelo nosso convidado especial Heitor, fez um tour nas principais livrarias da capital pernambucana. Por questão de espaço textual, destacamos aqui, apenas três dos pontos visitados. Ficando, portanto, os demais lugares afins, para posterior publicação. Os de hoje são:

1 – PRAÇA DO SEBO. Situada no centro da cidade, nas adjacências da rua Siqueira de Campos, é o lugar certo para quem “garimpa” livros, revistas, CDs, DVDs, vinil, etc. São 19 lojas, todas repletas de obras de diferentes gêneros da literatura ou da música. Há ali, material raríssimo, é claro.

O seu nome popular é “Praça do Sebo”. Porém, o oficializado pela Prefeitura é “Espaço Cultural Mauro Mota”, em homenagem ao “grande vulto da literatura brasileira”. Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (1911-1984), foi jornalista, escritor, poeta, professor, cronista e memorialista pernambucano. Nascido no Município de Nazaré da Mata (distante 53 km da capital), em 16 de agosto de 1911 e falecido no Recife em 22 de novembro de 1984, aos 73 anos.

Aos 26 anos diplomou-se em Direito e após ser aprovado em concurso público, sempre desempenhou, por mérito, funções em instituições estaduais e federais. Sem, no entanto, deixar de exercer o jornalismo, escrevendo para vários jornais, tornando-se brilhante poete e cronista. Foi diretor do Instituto Joaquim Nabuco; do Arquivo Público de Pernambuco; membro dos Conselhos Federal e Estadual de Cultura, etc. Em 1957 foi empossado como imortal da APL, chegando a ser presidente da mesma instituição; em 1970 foi eleito para a ABL, onde ocupou a cadeira 26.

Bem no centro da pracinha em questão, há um banco e nele a estátua do escritor lendo um livro (foto ao lado). O professor Mauro nos deixou muitas publicações em livros e periódicos. As suas principais obras editadas são: “Antologia em Verso e Prosa”, “100 Crônicas Escolhidas” e “100 Poemas Escolhidos”. Alias, esses trabalhos podem ser adquiridos numa das lojas, lá mesmo. Por exemplos, na 2 com a senhora Nalva e na 19 com o senhor Carlos.

2 – LIVRARIA JAQUEIRA. Fundada em 2006, já nasceu “grande, sólida, madura”. São duas lojas físicas. Uma fica na zona Norte, no bairro Graças e a outra no centro histórico. Local de maior cartão postal da cidade: o Marco Zero. A família fundadora dessa atividade lida com material editorial desde 1969. São dois espaços mágicos. Não há como não visita-los e comprar esse ou aquele livro, principalmente para crianças. Trata-se de locais que fomentam cultura. Ali a gente, experimenta um sentimento de extensão da nossa casa.

Este aviso merece destaque pela grandiosidade da mensagem: “Somos a Livraria Jaqueira! Somos do Nordeste para o Mundo!” Tudo ali é encantador, independente do gigantesco acervo disponibilizado ao visitante. É realmente uma referência. É “reconhecida pelo arsenal de serviços e por se conseguir fazer tudo em um só lugar”. Estão disponibilizados: cafeteria e restaurante, adega, gráfica, brinquedos, presentes, escritório, informática, escolar, geek, decoração e eventos, área infantil e disney, entre outros serviços.

Visitamos as duas lojas. na de Recife Antiga, fomos domingo à tarde e em todo o espaço, tudo chamou a nossa atenção. Acima de tudo nas áreas destinadas às crianças. Eram muitas e sempre acompanhadas por pais ou responsáveis, é óbvio. O encanto delas é geral. Não apenas por brinquedos, mas também por livros e revistas infantis. Lá também, estava havendo sessões de cinema para os pequenos. Tudo muito interessante!

Lá, ainda, encontramos dois livros, os quais já procurávamos há algum tempo: “Adoniran: dá licença de contar”, de Ayrton Mugnaini e “Quem matou John Lennon”, de Lesley-Ann Jones. Tudo depende de cada editora, cada edição, cada tiragem. Independe do ano de lançamento da obra procurada. Com certe, na Jaqueira você encontrará. Caso não possa pessoalmente ir até lá faça (contato@livrariajaquiera.com.br).

3 – LIVRARIA PRAÇA DE CASA FORTE. Mais um espaço encantador e aconchegante. Fica na região Norte de Recife. Vamos ao histórico desse lugar tão mágico, tão cultural, tão rico: “A livraria da Praça está situada em um casarão histórico em encantador da Praça de Casa Forte, o primeiro jardim público idealizado pelo consagrado paisagista Roberto Burle Marx, uma praça repleta de natureza e tranquilidade, mesmo ao dia a dia de uma cidade urbanizada. Ao seu redor, encontram-se alguns pontos residenciais e comerciais, assim como a Livraria, pensada, inicialmente, para atender as demais corriqueiras do público do bairro.

Além de contar com um espetacular acervo de livros adultos e infantis, a Livraria é composta por diversos setores como o café e bistró, que de forma extremamente charmosa, funciona entre as estantes de livros; a papelaria, que atende desde material escolar ao setor de Belas Artes, voltada para a comunidade artística; a gráfica rápida e o quintal da casa, onde funciona a área externa do café e ocorrem os lançamentos de livros, eventos culturais e oficinas infantis aos finais de semana.

A Livraria atua também como uma grande entusiasta e acolhedora da cultura local, desde as estantes cheias de autores pernambucanos, às paredes do café, que expõem rotativamente de artistas locais. Com todo charme de uma livraria de bairro e sua pluralidade ao acolher diversos públicos, a Livraria tornou-se um ponto turístico da cidade pelo clima e visão bairrista que o local promove e para alguns, uma extensão de casa, ao atender toda a família”.

Praça de Casa Forte? Sim. Segundo o historiador pernambucano Leonardo Dantas Silva (1945-2023), “neste local, em 17 de agosto de 1645, tropas insurretas luso-brasileiras tomaram de assalto, depois de renhida luta, casa-grande do Engenho de Dona Anna Paes, com o objetivo de libertar as mulheres pernambucanas, que serviam de escravo humano aos militares holandeses nela refugiados.

No combate foram feito prisioneiros 250 infantes e 200 índios tapuias, seus aliados. Em alusão ao feito, o local passou a ser chamado Engenho de Casa Forte. Em 1935 o paisagista Burle Marx (1909-1994), aqui implantou o seu primeiro projeto de jardim público, reunindo variedades da Amazônia de da Mata Atlântica”.

Amigo leitor, independente de ser em Manaus, Parati, Rio de Janeiro ou Recife, aqui exemplificamos três lugares do mundo encantado do livro. Faço você também, onde que que esteja, visite o uma livraria mesmo que seja só para tomar um cafezinho e folhear um livro. Esperamos que aprove a nossa iniciativa. Aquele abraço!

Por Angeline e Francisco Gomes e Winnie Barros.

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