Rebeca Ihuaraqui, a paixão pela música

Apesar do Facetas já ter feito algumas entrevistas com músicos, poetas, etc, ao longo destes quase oito anos, a partir de agora, vamos intensificá-las. Algumas já estão agendadas. Hoje, por exemplo, o nosso bate-papo sincero e bem descontraído é com a bela e versátil professora de artes da SEDUC/AM – lotada na Escola Jairo da Silva Rocha, Zona Leste de Manaus (AM) -, Rebeca Caroline Ihuaraqui Nogueira de Oliveira (27), nascida em Manaus (AM). Filha de pai amazonense e mãe peruana. Licenciada em artes pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Pelo seu domínio e desenvoltura, percebe-se que a jovem mestra terá uma brilhante carreira pela frente.

A professora regendo o coral

Vamos, então, às perguntas/respostas. Sejam na íntegra ou trechos.

Facetas: Das sete artes, qual fascina mais a senhora? Por quê?

Rebeca: A música é a minha paixão. Não foi à toa que a escolhi a como profissão. Meu primeiro contato com essa arte se deu aos 5 anos, quando assistia a programas de televisão junto com minha avó paterna, e fiquei fascinada com uma apresentação de piano. Daquele dia em diante eu me apaixonei pelo instrumento. É claro, que a influência de minha vivência na Igreja contribuiu muito para que o interesse aumentasse ainda mais.

Facetas: Quando e como realmente surgiu o seu interesse pela música?

Rebeca: O processo de musicalização em minha vida iniciou quando participei de uma orquestra de flauta-doce na Igreja em que congregava, aos 11 anos. Aos 12 ingressei numa escola de música no instrumento do qual eu sou extremamente fascinada: o piano.

Facetas: Há alguém da sua família que segue essa área artística?

Rebeca: Não. Eu fui a primeira a seguir a área. Apesar de minha família, desde muito cedo, sempre incentivar-me nos estudos musicais.

Facetas: O seu interesse tende mais para a música popular ou a clássica/erudita? Ou não existe nada disso? Música é música, sempre?

Rebeca: Quando iniciei a graduação, acreditava que, por conta de o piano ser considerado um instrumento erudito, eu deveria me dedicar e ater-me à música clássica. Mas, foi justamente no decorrer do curso, que conheci (e entendi) a importância da música popular. E, o quanto ela pode contribuir para o fortalecimento da cultura, da informação; de aspectos sociais, se fazendo presente em importantes políticas sociais. Hoje, como professora, entendo a significância de aproximar a arte e utilizar, principalmente, a música como elemento de informação e referência. Utilizando desta forma, a música popular como uma abordagem e objeto de identificação, resistência e expressão de ideias transformadoras.

Facetas: A senhora atua em algum Conservatório de Música?

Rebeca: Não. Ainda não. Atualmente, tenho dado aulas particulares de piano. Mas anseio, em breve, dar aula em algum conservatório.

Facetas: A Música Brasileira é considerada por grandes mestres (que moram dentro e fora do país) como uma das mais ricas (e belas) do mundo, culturalmente falando, é claro. Qual a sua avaliação a respeito?

Rebeca: A música brasileira é tão característica e rica em nuances, com suas harmonias e ritmos tão carregados de informações sobre sua cultura, hábitos; uma mistura que produz e origina gêneros muito próprios do Brasil, o que é tão visto e valorizado por apreciadores do mundo inteiro, mas pouco considerado pelos próprios brasileiros, o que me entristece e me motiva a incentivar nos meus alunos, mesmo sabendo ser uma gota d’água no oceano, gostaria que eles tivessem conhecimento e pudessem valorizar a arte e a cultura brasileiras, mesmo na linguagem da música.

Facetas: Independente de gênero musical e de região geográfica, qual a opinião que a senhora faz da Música Brasileira atualmente, em termos de qualidade, de aceitação, de técnica, etc?

Rebeca: Hoje, em minha humilde opinião, a música brasileira tem se tornado cada vez mais um produto lucrativo do que um objeto artístico e cultural, que se visa ter maior quantidade de visualizações, e desponta nos primeiros lugares dos principais streaming, esquecendo das primordiais funções da arte, que tem por expressão e comunicação o fazer musical.

Facetas: Pode citar um(a) artista preferido (a). Seja local, regional ou nacional?

Rebeca: Atualmente, por mais que não seja da minha geração, tenho reverenciado e apreciado muito a música, a composição, a poesia que foi criada e expressa por Milton Nascimento. O considero um dos grande músicos, cantores e intérpretes de nossa (minha)geração e a geração dos meus pais. E quanto mais busco conhecimento e me aprofundo em sua vida e sua obra, mais fico fascinada pela grandiosidade e forma com que expressou (e expressa) sua arte; admirando-o incansavelmente.

Facetas. Quais são as suas considerações finais?

Rebeca. A música tem sido meu refúgio, minha motivação dia após dia, e desejo muito através dela, tocar a vida das pessoas. Assim, como eu um dia fui tocada. É o que desejo para os meus alunos e todas as pessoas que, direta ou indiretamente vivem da música ou com a música.

Ficamos deveras gratos por nos ter concedido esta valiosa entrevista, ou seja, um brinde artístico aos nossos leitores, voltada para a Música. Não falta a Rebeca Caroline, talento. Ficamos convictos que em breve teremos uma pianista de renome: do Amazonas para o Brasil, e do Brasil para o mundo.

Notinha útil – Durante toda manhã de hoje, estivemos aprendendo um pouco das atividades organizacionais do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas do AM), sobre GNV, o Museu, etc, onde fomos atendidos pelo Diretor Técnico Itamar e demais servidores, entre eles a carismática Assistente Social, apaixonada por música e livro, mãe da pequena Helena Gaia (2) Cindy Alves Sabat Gaia (32). Curioso, eu quis saber o porquê de Cindy. Segundo ela, a sua mãe, dona Cida Alves Gonçalves (60), No auge de sua juventude, nos anos 80, era fã da cantora, compositora e atriz norte-americana Cindy Lauper. Certa vez, fiz uma pesquisa e descobri que 8 em cada 10 pessoas não sabiam a origem do próprio nome. Não é o caso Cindy Gaia. Parabéns por você ser uma excelente profissional (www. facetasculturais.com.br).

Por Angeline e Francisco Gomes e Winnie Barros

3 comentários em “Rebeca Ihuaraqui, a paixão pela música

  1. Vejo a paixão e o amadurecimento do seu talento e o gostar tão importante sobre o ramo musical, sei que a música significa muito para você, e que continue assim, pois através dessa sua convicção, irá ramificar sua importância e seus conhecimentos aos seus alunos.

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