Oxente, Olinda!

Há 41 anos – 28 de fevereiro de 1983 -, a revista Visão publicou um texto documento assim: “Olinda, bonita e famosa”, em meados deste mês, a equipe do Facetas esteve lá para constatar essa afirmação. E constatou que além de bonita e famosa, há nos seus monumentos históricos, ruas de paralelepípedos e sua gente maravilhosa algo de mágico. Há uma magia contagiante no ar.

No perímetro do sítio histórico e adjacências pelo menos 16 Igrejas como a “da Sé” (visita obrigatória), “dos Milagres”, “do Bonfim”, “de São Bento”; o Mosteiro de São Bento, o Convento de São Francisco, o Seminário de Olinda, etc. Além das Bicas “de São Pedro”, “dos Quatro Cantos” e “do Rosário”; os mercados “Centro Cultural Eufrásio Barbosa”, “da Ribeira” e “do Alto da Sé”. Os Museus “de Arte Sacra”, “de Arte Contemporânea”, “do Mamulengo” e o “Regional. Como também: o Farol de Olinda, o Observatório Astronômico, Casa dos Bonecos Gigantes, o Parque do Carmo, enfim, entre outros pontos, como o Casarão do cantor Alceu Valença, na mesma rua do Palácio dos Governadores (à época) O panorama da cidade visto do alto, alcança a Olinda baixa, o mar e Recife lá longe, na linha do horizonte. Um espetáculo à parte!

“Para o turista, comer nas ruas é uma opção deliciosa. E isso pode ser feito no intervalo das visitas históricas. Há muito o que ver”. Assim como perguntar e aprender, seja na praça, repleta de artesanato para todos os gostos, seja no interior das Igrejas ou descendo/subido ladeiras bebendo água de coco para tornar os passos da caminhada mais sutis.

Aliás, no último dia 12 deste mês, as cidades-irmãs Olinda e Recife completaram idade nova. Chegaram a 489 e 487 anos, respectivamente. “Apesar da proximidade entre os dois municípios , há pessoas que vivem diariamente a rotina do tráfego intermunicipal entre elas, seja para trabalhar, estudar ou cumprir outras atividades”.

Fascinada com tudo que chegou ao seu alcance, a nossa equipe parabeniza Olinda, Recife, Pernambuco como um todo, com “Dicionário Pernambuquês”, do poeta popular Aderval Negromonte, a seguir:

“Se é devagar é “manzanza”/Aborrecer, “atanazar”/Quem morre “bate o facho”/Ficar cabreiro é “desconfiar”

Gargalhada chama “Gaitada”/Quem é troncho chama “guenzo”/Quem tem frescura tem “pantim”/Algo mal feito é “rabugento”

Pequenino é “cotôco”/Se é ruim é porque é “peba”/Franzino para ele é “xôxo”/Ferida chama “creca”

Palhaço chama “muganga”/Quem tem sorte “tá cagado”/Quando se assusta fala “oxente”/Quando tá bêbado diz “tô bicudo”

Se tá ruim, “tá lascado”/Desarrumado, “mal-amanhado”/Fofoca se diz “fuxico”/Quem tem folga “afolozado”

Quem não paga é “xexero”/Rir dos outros, “mangar”/Quando tá bem, diz: “tá massa”/Ficar com raiva, “se invocar”

Contar vantagem é “contar goga”/Entrar, “emburacar”/Hematoma chama “roncha”/Discutir, “arengar”

Bobo chama “leso”/Sacanagem, “fulerar”/Confusão se chama “rôlo”/Aperto, “acochar”

Meleca se chama “catôta”/Pirraça, “amuar”/O que é bom é “arretado”/Imitação, “arremedar

Preocupação é “aperreio”/Ficar com raiva, “espoletar”/Enrolação chama “arrodeio”/Se não for “vai farrapar”

Perna fina é “cambito”/Mulher tronxa, “baiacu”/Solavanco é “catabiu”/Pegar carona “bigu”

Dança é “rela buxo”/“Cu de boi”, confusão/Atraso é “tá na rosca”/“Mundiça”, gente sem educação

Quem não cumpre é “fulêro”/Fazer maldade, “malinar”/Quem não presta é “trepeça”/Insistir é “peiticar”

Quem “tá peixe” tá tranquilo/“Boiola” é afeminado/Quem faz tudo “pinta miséria”/Magro é “cambito baleado”

Traseiro chama “fiofó”/Quando tá ruim diz: “Tó lascado”/Sujeira no olho é “remela”/Quem tem medo, “tora aço”

OXENTE MENINO!!!”.

Equipe do Facetas

É isso aí. Esperamos que os nossos fiéis leitores, gostem deste artigo, dessa forma bem popular de se falar em Pernambuco.

Aguardem! Em breve, mais informações sobre alguns pontos culturais de recife. Principalmente da Zona Norte da cidade.

Notinha útil – Há 60 anos – de 31 de março para 1º de abril de 1964, ocorreu o golpe militar no Brasil e perdurou por 21 anos, ou seja, até 1985. A nossa matriarca Angelina Gomes que hoje completa 88 anos de vida, à época, era uma jovem de 28 anos, casada, mão de três filhos e morando no interior da Amazônia brasileira. Soube do ocorrido militar por meio do marido, João Sabino, o qual ouviu a notícia por meio das ondas do rádio. O regime se foi, mas a vida venceu, segue. Parabéns dona Angelina, tenha muita saúde e vida longa.

Por Angeline e Francisco Gomes e Dra Winnie Barros.

Fontes: 1. Revista Visão (fotos 1 e 2, de J. Albuquerque) de 28 de fevereiro de 1983; e 2. Folha de Pernambuco, de 12/março/ 2024.

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