Carlos Drummond de Andrade era mesmo o “poeta de sete faces”, estava sempre antenado aos acontecimentos do dia a dia, como jornalista, como cronista, etc. Por exemplo, no dia 1º de janeiro de 1961, ele publicou a crônica “Primeiro Dia”, no Correio da Manhã, onde revela a sua visão dos fatos na ordem internacional, nacional e pessoal: “o ano vem tinindo de esforço pela autodeterminação dos povos”.

Brilhante cronista, Drummond diz ao seu leitor que deve viver esperançoso, sempre. Leiamos: “Na ordem pessoal, meu caro, sê moderado, porém não abstêmio, porém não mártir, delicado, porém não baboso, alegre, porém não palhaço. Dedica atenção especial a mulheres e crianças, que são a mesma flor, e trata-as com carinho, defendendo-te, porém de arranhões de umas fraldas mal postas de outras. Reserva à amizade o largo território que lhe é próprio. Cultiva teu gosto ou tua mania, desde que não perturbem o próximo. Sê feliz, na medida do possível, isto é, aquilo que está em teu poder fugindo ao aborrecimento e amando os ócios tranquilos, num lugar de sombra de sol”.

Sigamos com o conteúdo desta mensagem, isto é, a segunda parte, digamos assim. Todos sabemos: ninguém vai mudar de comportamento da noite de 31 de dezembro de 2024 para o amanhecer de primeiro de janeiro de 2025, simplesmente. Mas, pelo menos, cada um de nós pode refletir sobre o que é possível melhorar na nossa própria vida e na vida das demais pessoas.

O notável cantor e compositor carioca Ivan Lins (79 anos), nos inspirou esta segunda parte deste artigo, em dois momentos; 1º – com Depende de Nós (1987), de sua autoria e Vitor Martins. Canção bela em todos os sentidos. No entanto, na interpretação da cantora baiana Margareth Menezes é algo quase divino, principalmente com estes versos: “Depende de nós/Se esse mundo ainda tem jeito/Apesar do que o homem tem feito/Se a vida sobreviverá”.

No 2º momento, citamos o CD Ivan Lins: arte, cultura e melodia, feito exclusivamente para a Editora Positivo – Sistemas de ensino, consta Novo Tempo (Ivan Lins-Vitor Martins), é uma das músicas mais significativas na carreira do artista, segundo o próprio: “Canção emblemática, de 1980, letra espetacular de Vitor, cuja mensagem nos empurra para fazermos um futuro melhor”.

A seguir, a íntegra de Novo Tempo: “No novo tempo, apesar dos castigos/Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos/Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer/No novo tempo, apesar dos perigos/Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta/Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver/Pra que nossa esperança seja mais que a vingança/Seja sempre um caminho que se deixa de herança/No novo tempo, apesar dos castigos/De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga/Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer/No novo tempo, apesar dos perigos/De todos os pecados, de todos os enganos, estamos marcados/Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver/No novo tempo, apesar dos castigos/Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas/Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer/No novo tempo, apesar dos perigos/A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça”.

Senhores leitores, que o novo tempo que se inicia com 2025, possa nos promover um mundo melhor que o atual. A paz entre os humanos é possível de acontecer. Porém, só depende de nós. Desejamos a todos um Novo Ano cheio de saúde, prosperidade, fraternidade e vida saudável, no planeta Terra. São os votos de

Angeline, Francisco e Winnie.

Notinha útil – O jovem Heitor, que está de passagem por Manaus (AM), com os seus pais, completará, nesse dia 1º de janeiro de 2025, mais um mês de bela vida. Ao mesmo, os parabéns da equipo do Facetas.