Parque da Jaqueira: sombra e água de coco

A zona Norte da grande Recife é realmente fascinante. Com destaque para o bairro Graças. Não apenas pela moderna arquitetura de dezenas e dezenas de prédios residenciais e comerciais, ali existentes. Mas, também por muitos outros pontos atrativos de lazer, cultura, turismo, etc. Sejam de interesse público ou privado. Como: a Livraria Jaqueira (filial). Situada bem em frente ao Parque desde 2006, com espaço estendido para cafeteria e restaurante; o tradicional Colégio Damas; o Museu da APL; a sede da AABB, o gracioso Jardim do Boabá (que além de uma árvore centenária dessa espécie, a área é toda banhada pelo rio Capiberibe), o MEPE, bancas de jornais, livros e revistas, e principalmente, o gigantesco Parque da Jaqueira, entre outros lugares. Todos próximos uns dos outros. Se muito, num raio de 500 metros.

No mês passado, num tour cultural, a equipe do Facetas visitou esses e outros pontos recifenses (famosa Praça do Sebo) e/ou pernambucanos como as cidades de Olinda e de Camocim de São Félix, e vem, desde o final do mês de março, publicando artigos afins, aos nossos leitores. Foi assim com Olinda, o Museu da APL, o Memorial Luiz Gonzaga. E hoje, o Parque da Jaqueira. Em breve, sobre o MEPE, como contribuição histórica e cultural, que é o principal objetivo deste blog.

Segundo o pesquisador Sílvio Amorim, do IAHGP (Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano), “em 1766, neste primitivo Sítio das Jaqueiras, localizado na antiga Estrada Ponte D’Uchoa, o capitão Henrique Martins , iniciou a construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição das Barreiras. Em 1816 eram senhores da propriedade o comerciante português Bento José da Costa e sua mulher Ana Maria Teodora. Nesta Capela, Maria Teodora, filha do proprietário, casou em 16 de março de 1817 com o patriota Domingos José Martins, um dos Líderes da Revolução Pernambucana de 6 de março de 1817 e que foi arcabuzado na Bahia em 12 de junho do mesmo ano. Em 1819, na extensão deste Sítio, na atual rua Dr. Malaquias, instalou-se um campo de futebol, abrindo partidas importantes do futebol pernambucano. Nos anos de 1870, foi parque de exposição e diversão. Em 1984, o prefeito Joaquim Francisco, obteve do Governo Federal, proprietário do terreno, a possibilidade de transformar o antigo sítio neste Parque com 71.793 metros quadrados.

A então autoridade municipal, Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti, quando Prefeito do Recife, em 10 de abril de 1985, ao inaugurar o Parque da Jaqueira, no seu discurso, disse: “A minha obstinação por um espaço à vida saudável para todos foi inspirada pelo poeta Fernando Pessoa, quando ele exaltou: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”‘. Os aplausos foram inevitáveis.

“Joaquim plantou inúmeras sementes de qualidade, que as árvores, os frutos, as obras, os gestos e os valores criaram espaços próprios e vencerão a morte. E dentre tantos outros, vão ficar presentes neste lugar para sempre!” Palavras do atual prefeito do Recife, João Henrique de Andrade Lima Campos, descritas numa placa de bronze fixada sob o busto de Joaquim Francisco, na entrada do majestoso Parque da Jaqueira.

Em 6 de fevereiro de 2024, o Portal Folha de Pernambuco noticia: “Após cinco anos de disputa judicial, Parque da Jaqueira é agora do Recife em definitivo”, isto é, a Ação de Propriedade da área fora “homologada pela Justiça Federal de Pernambuco, após acordo entre o INSS, então proprietário do terreno, o Município do Recife e a União”.

Segundo o juiz federal Frederico Azevedo que deferiu a conciliação, “o Parque da Jaqueira é considerado uma Unidade de Conservação da Paisagem pela Lei Municipal do Recife número 17.610, de 30 de março de 2010”. Assim sendo, o Parque “contribui para o exercício de direitos sociais descritos no art. 6º da CF, a exemplo de lazer e saúde; e caracterizado por ‘aspectos históricos, ambientais e culturais de relevância inquestionável’, além de ser amplamente utilizado pela comunidade da Capital pernambucana como bem público de lazer”, finaliza o magistrado.

O Parque é a representação da harmonia entre HOMEM x NATUREZA. Muito verde (mangueiras, pitangueiras, cacaueiros, jaqueiras, palmeiras, entre outras). Todo o imenso espaço fica entre a Rua do Futuro e a Av. Rui Barbosa. Na Rui Barbosa, por exemplo, barracas com muitas frutas naturais. Inclusive muita água de coco. Excelente iluminação. Bancas de revistas, livros e jornais revitalizam o lugar. Tudo é muito agradável. A área não é utilizada apenas “pela comunidade da Capital pernambucana”, como afirma o juiz, mas por todo e qualquer visitante que lá queira ir, por onde passam diariamente 4 mil pessoas, de domingo a domingo, das 4 da manhã às 22 horas.

No Parque tudo é muito bem cuidado: árvores podadas, brinquedos inspecionados, jardins bem gramados, calçadas em relevo plano, lixo no lugar adequado, entre outros locais. Muitos seguranças “espiando” tudo e todos. A capela, tombada como patrimônio arquitetônico desde a década de 70, está de portas abertas para visitação e as missas regulares. O seu interior é um espetáculo à parte. Lindo demais! Pessoas por todos os lados: ensaios fotográficos, comemoração de aniversariantes, pedido de casamento, reuniões de grupos de estudantes ou não, leituras, ensaios, e bastante convescote, ou seja, mais conhecido piquenique e passeios. Muitos passeios. Muitas famílias. Muitas crianças, é óbvio. São muitas (outra)as atividades culturais.

Na vasta área de esportes – não devia ser diferente -, além das pistas destinadas para os praticantes de exercícios físicos, cooper, ou somente caminhadas, há pistas para bicicross, ciclovia (muitas bicicletas) e patinação. O serviço realizado pela Secretaria Municipal responsável pelo Parque, é ótimo. Mas, um detalhe: há o apoio irrestrito da SODEPAJA – Sociedade Protetora dos Amigos da Jaqueira, que por sinal, faz o Regulamento das atividades disponibilizadas aos frequentadores.

Aos nossos leitores, mais um tema palpitante. Desta vez uma área verde gigante, fincada num bairro bem urbanizado (Graças), que é a Jaqueira. Um “exemplo de lazer e saúde”, como fez valer em sua Sentença o senhor juiz Frederico Azevedo, da 3ª Vara Federal de Pernambuco. Esperamos que apoiem essa nossa iniciativa, em compartilharmos com vocês o que observamos nessas visitas.

Notinha útil 1 – Anteontem, dia 18 de abril, foi comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil (Lei nº 10.402, de 8 de janeiro de 2002). Às crianças, recomendamos a leitura do inesquecível livro: O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcellos. E, para reflexão, esta frase da grande escritora carioca, Ana Maria Machado (82 anos): “O que leva uma criança a ler é o exemplo”.

Notinha útil 2 – Amanhã, 21 de abril, enquanto seguirá o feriado de Tiradentes, os pais, padrinhos e demais familiares do pequeno Heitor, lá mesmo em Recife (PE), estarão realizado o seu batizado, de acordo com os princípios religiosos católicos. Ao mesmo, os nossos parabéns!

Por Angeline e Francisco Gomes e Winnie Barros.

Fontes: 1. folha.com.br; 2. Anotações, observações e fotos nossas em 3 visitas ao Parque da Jaqueira

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